22 DE FEVEREIRO 2014

18:00

UNIVERSIDADE LUSÓFONA - LISBOA E PORTO

 

A suspeita de envolvimento de situações de praxe académica nas vítimas envolvidas nos recentes acontecimentos do Meco fez acordar as consciências portuguesas em relação aquele que tem sido um problema social premente na sociedade portuguesa. Pelo simbolismo daquele que acendeu essa consciência, escolhemos a Universidade Lusófona como local da vigília, que já reúne centenas de presenças confirmadas em Lisboa. Esta vigília é em honra de todas as vítimas de praxe até hoje. O nosso "radicalismo", passa acabar com toda e qualquer praxe que se reja pelo princípio da humilhação e hierarquias de poder. Distinguimos praxe de festas e celebrações académicas, como o uso do traje, as serenatas, as semanas de integração e queima e benção das fitas. Distinguimos praxe de integração saudável feita entre iguais, honrando os princípios da Universidade, como centro de saber Universal, cujos objectivos são a educação universal e formação de todos os indivíduos. Distinguimos praxe da recepção calorosa, de braços abertos, entre irmãos, que deveria ocorrer nos recém-chegados a este Templo do Saber. Distinguimos praxe das boas excepções que ocorrem pontualmente, como as recolhas de alimentos e outras, cujos princípios se regem pela igualdade e fraternidade cívica. Que se acabe, radicalmente, com a boçalidade, humilhação colectiva, hierarquias de poder e submissão. Que se abra um novo horizonte para todos aqueles que continuam a acreditar que é através da submissão do outro que atingem a harmonia social. Que eles possam reflectir, e mesmo contra tudo aquilo que acreditam estar certo, participem na construção dessa alternativa honrada e digna de receber novos colegas para o seu seio.

 

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